O lagarto
teiú e o inverno
Durante todo o inverno aqui em Canela e região, não vemos
sequer um lagarto andando pelos jardins ou parques. Neste período de frio
extremo eles se metem em tocas onde a variação da temperatura é muito menor do
que no ambiente externo e assim atravessam o inverno numa espécie de torpor,
onde suas atividades vitais se reduzem muito e permitem que o animal sobreviva
três ou quatro meses de frio em um estado de sono profundo.
No início da primavera eles aparecem com relativa frequência
e começam a vagar pelos pátios, praças e áreas rurais. Estão muito magros
devido ao consumo das energias acumuladas no inverno dentro da toca. Neste
período eles comem praticamente tudo que se movimenta e tenha um tamanho que
possa ser apanhado e engolido, como insetos, aranhas, ovos de ninhos feitos no
chão, como o quero-quero, filhotes e mesmo aves adultas, frutos, etc. Em
seguida acasalam e um tempo depois as fêmeas colocam seus ovos em tocas. No
final do outono começam a procurar tocas para se prepararem para um novo
período de frio e sono profundo.
Dentre as espécies mais comuns de lagartos que circulam por
aqui está o Teiú, ou Papo-amarelo, na foto maior, considerado
o maior lagarto brasileiro e que habita praticamente todos os ambientes do País.
Olhando o atentamente sua cabeça (foto em detalhe), podemos observar atrás do
olho o tímpano, que nestes répteis é externo. Sim, o teiú não tem orelhas como
os mamíferos e desta forma seus tímpano ficam expostos e visíveis nas laterais
da cabeça. Sua língua é bipartida (em
forma de V) como as serpentes e serve para o lagarto “cheirar” substâncias
químicas existentes no ar.
Na foto maior vemos a cauda do teiú com uma cor diferente.
Isto indica que ela já foi perdida e se regenerou. Os lagartos tem um mecanismo
que libera sua cauda (autotomia) quando um predador o tenta apanhar,
regenerando-se em seguida. Época de lagartos, época de calor.
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