O quati (Nasua narica) é uma espécie de mamífero carnívoro nativo da América do Sul e tem hábitos diurnos, o que o torna familiar em alguns lugares, principalmente em parques e condomínios aqui de Canela RS e na região. Seu nome deriva do Tupi cuá (cintura) e tim (nariz) = cuatim ou cuati, e tem relação com o hábito destes animais dormirem com o focinho acomodado na região da cintura, como fazem os cães quando estão com frio.
Tenho observado alguns lugares em que estes carnívoros são alimentados, ou por ação voluntária de donos de parques ou por ação involuntária quando restos de alimentos são colocados em lixeiras de condomínios e casas próximos a áreas florestadas. Este hábito altera o comportamento destes animais e os tornam dependentes do alimento oferecido, criando vícios que podem levá-los a disputas ferozes entre si e mesmo tornarem-se agressivos com as pessoas. Parques nacionais, como o da Foz do Iguaçu têm problemas com os quatis que “abordam” os turistas em busca de alimento. Eu testemunhei neste parque uma vara de quatis invadirem mesas do restaurante de um hotel, que fica dentro deste parque, derrubando copos, virando e pisoteando pratos atrás de comida, criando pânico entre os clientes.
Melhor é observá-los em seu ambiente natural, onde podemos ver a grande habilidade que eles têm para subirem e descerem árvores de se deslocarem no chão da mata em bando de dezenas de indivíduos. Alimentam-se de frutos, sementes, insetos, aranhas, anfíbios, lagartixas, roedores e filhotes de ave.
No popular, dizer que alguém “está com um quati” significa
que a pessoa é preguiçosa, dorme muito. Isto é uma alusão ao hábito que estes
animais têm de dormirem várias vezes durante o dia sonos curtos de descanso.
Por isso os folgados ganharam a alcunha que até hoje é aplicada.