As aves são os vertebrados mais espetaculares em relação a exibição de cores. Mostram a suas cores principalmente através de suas penas, que são estruturas exclusivas destes animais. A pele, o bico e a córnea também podem ser coloridas de forma muito particular. Os especialistas e aficionados pelas aves utilizam as cores como um dos principais elementos para a identificação, já que há um padrão que se repete nos indivíduos da mesma espécie. Nas aves as cores são produzidas de quatro maneiras básicas:
- Cores melânicas: são as cores produzidas pela melanina, uma proteína sintetizada pela ave nas células dos folículos que formam as penas. Nesta categoria encontramos apenas as cores preto e marrom.
- Cores provenientes de pigmentos vegetais: são cores que a ave obtém através da ingestão de pigmentos encontrados em frutos, sementes e folhas de diversos vegetais que compõe sua dieta. Nesta categoria encontramos o vermelho e o amarelo. Assim as aves com estas cores necessitam ingerir determinados alimentos para manterem suas cores.
- Cores estruturais: são as cores provenientes de uma refração dos raios solares nas estruturas ocas e cheias de ar das penas. O branco e o azul são cores produzidas por este efeito da luz em câmaras de ar existentes na estrutura das penas. A iridescência é o fenômeno da mudança de cor estruturais conforme a aves se movimenta em relação a incidência do sol. É bem conhecido nos beija-flores.
- Cores combinadas: são as cores que se utilizam de uma combinação de fatores para se manifestarem. O verde é uma cor que resulta da combinação de um pigmento vegetal ingerido pela ave, mais um efeito de reflexão da luz nas penas. Dessa forma. não há um "pigmento verde" puro entre as aves, mas uma combinação de fatores que o determinam. Uma execeção é o pigmento turacoverdina encontrado em algumas aves da África.
Uma Saí-azul tem este belo conjunto de cores melânicas (preto) e estruturais (azul), criando um padrão que a diferencia de todas as demais aves.
O Urubu-de-cabeça-preta é o nosso carniceiro mais comum e está presente em todos os ambientes. Sua cor preta, inclusive do pescoço, cabeça e bico, é produzido pela melanina que a ave mesmo sintetiza.
A cor branca da Garça-moura, ou Maguari, é uma cor estrutural que decorre da reflexão em locais específicos das estruturas das penas.
O periquito Príncipe tem uma combinação complexa de cores estruturais (azul do peito), melânica (preto da cabeça), pigmentos vegetais (vermelho das pernas) e uma cor combinada (verde do corpo).
As Araras também são coloridas por um sistema conjugado de melanina (preto), pigmentos vegetais (amarelo) e estruturais (azul).
Desta forma, as cores das aves dependem de inúmeros fatores para se manifestarem. A importância do alimento para fornecer alguns pigmentos e da incidência da luz solar sobre as penas definem muitas das mais belas cores das aves.