A zona urbana
germinou a partir de um ponto favorável de terreno, como um abrigo natural
contra os rigores do clima, e se expandiu para o leste, oeste e norte. O lado
sul é escarpado e o mais florestado onde pode-se encontrar ainda uma faixa de
vegetação nativa contornando a borda do planalto, na direção do vale do
Quilombo e do Morro Pelado. Em direção leste, seguindo para São Francisco de
Paula, é possível observar a substituição natural das florestas pelos campos de
altitudes, nativos da região e utilizados a séculos para a criação de gado.
Com seus 835
metros acima do nível do mar, Canela tem um clima sub tropical de altitude,
onde os invernos são rigorosos e com nevascas eventuais. O rigor do clima é um
dos tantos atrativos naturais da cidade no inverno, trazendo visitantes de todo
o Brasil, principalmente do norte e nordeste. O frio é o diferencial que
encanta mas também espanta.
Araucária na zona urbana da cidade |
A floresta de araucárias é uma marca registrada da cidade e da região, exibindo os imponentes pinheiros com seus galhos parecendo aranhas gigantes paradas no céu, ou guarda chuvas virados pelo vento que, na primavera, vem fazer a polinização das pinhas, garantido assim o pinhão do outono. Árvores únicas que só existem no sul do Brasil, as araucárias são relíquias que permanecem por aqui desde o tempo dos dinossauros, junto com os xaxins e outras poucas plantas que não se extinguiram.
Tucano-do-bico-verde, ave frequente nas zonas urbana e rural |
Nesta floresta existe uma fauna espetacular, formada por mamíferos, aves, répteis e anfíbios que se utilizam dos frutos, folhas e sementes para sua alimentação. Bugios, tucanos, lagartos, serpentes, aranhas, insetos e uma legião de cogumelos e organismos microscópios fazem a cadeia alimentar se desdobrar em muitos níveis atestando a boa sanidade do meio ambiente.
O campo
nativo, que resiste em algumas manchas na área do Palácio do Governo e alguns
condomínios próximos, é o testemunho de um ecossistema que que abriga uma fauna
diferente, formada por aves de maior porte e de mamíferos pastadores, como os
veados e capivaras. Seriemas e gaviões carrapateiros podem ser vistos
perambulando mesmo na zona urbana, movidos por motivos alimentares e de
expansão de território.
Na zona
urbana a vegetação nativa foi praticamente substituída por uma flora exótica
originária de diversos continentes, motivado pela estética e pelo ornamental,
como os plátanos, aceres e flores de todas as cores, tamanhos e formas que
enfeitam jardins e praças. Uma fauna específica se adaptou a zona urbana,
aproveitando-se dos abrigos, alimentos e ausência da maioria dos predadores
naturais. Assim, sabiás, tico-ticos, saíras, gambás-de-orelhas-brancas, ouriços
e muitos outros elementos são relativamente comuns nos jardins e parques da
cidade.
Decoração alusiva as festividades do Inverno 2014 |
As festas se tornaram marcas registradas da cidade, como o Sonho de Natal, Festival de Bonecos, Festa da Colônia, Páscoa e Festival de Inverno que atraem milhares de pessoas de todo o Brasil de do exterior. Os finais de semana lotam de curiosos que se deliciam com as decorações sempre muito criativas e interativas, e aproveitam da excelente gastronomia oferecida nos restaurantes do centro da cidade.
Cachoeira do Poço, no Ecoparque Sperry |