domingo, 13 de março de 2011

O serelepe e a vida nas árvores.

Os esquilos, serelepes ou caxinguelês - todos sinônimos, são roedores que se adaptaram a vida nas árvores aonde encontram seu alimento, abrigo para seus ninhos e um local seguro para se livrar de muitos predadores. Apesar de arborícolas, eventualmente podem descer ao solo, onde vem buscar alguma semente ou fruto. No Rio Grande do Sul há apenas uma espécie de serelepe (Sciurus aestuans) buscando sempre locais preservados aonde tenha vegetação de grande porte. 


Tem uma postura unica entre os mamíferos, no sentido de utilizarem sua longa cauda com tufos de pelos que ajudam o roedor nas manobras de deslocamento nos galhos das árvores. Além disso a cauda serve como um excelente disfarce contra predadores quando colocada sobre suas costas e cabeça. Este exemplar da foto acima é um macho adulto, denunciado pelos testículos na região inguinal.


São muito ágeis nos galhos e troncos de árvores aonde habita, devido a eficiência das garras dos dedos das mãos e pés. Elas atuam como ganchos de apoio e permitem ao serelepe subir ou descer com muita facilidade os troncos das árvores que fazem parte do seu hábitat. 


Quando descem ao solo para apanhar alimento, o transportam na boca (foto acima), já que as patas estão ocupadas na escalada da árvore. Uma vez em um lugar seguro de um galho mais alto, o serelepe senta e começa roer sua semente, fato que o denuncia devido ao inconfundível som produzido semelhante a raspagem de dois objetos metálicos.


Na foto acima pode ser vista a sua longa cauda com os tufos de pelos que o dissimulam e protegem quando em repouso. Na presença de algum potencial predador, fica imóvel por um longo período, o que torna difícil a sua localização. Estas fotos foram feita em duas ocasiões diferentes, na mesma trilha do Ecoparque Sperry, Canela, durante este mês de março. Provavelmente trata-se do mesmo indivíduo.

Um comentário:

Carla Kurle disse...

Serelepes existem!!! E são fantásticos, bastante ágeis e sua camuflagem perfeita. Também tive a felicidade de observar um indivíduo no Ecoparque Sperry...que só foi denunciado pelo barulho provocado ao se alimentar de coquinhos de gerivá (Syagrus romanzoffiana). O local é de uma beleza impressionante e ainda encontramos esses ilustres moradores pelo caminho...recomendo. Carla Kurle