quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Vale do Rio Silveira.


O vale do Rio Silveira, em São José dos Ausentes, é um daqueles lugares que a imagem do relevo, dos campos, da água, do ar, das pessoas do local, do astral e do silêncio impressionam e nunca mais saem da memória, evocando-nos a voltar sempre. Local muito procurado pelo Turismo Rural, especialmente para a pesca da truta, é um referencial no Rio Grande do Sul.


Acomodando-se no relevo, o Rio Silveira abre o seu caminho entre as rochas formadoras do Planalto conferindo a ele características de rio de altitude, com corredeiras, cachoeiras e muitos lajeados aonde se pode andar com água pelos joelhos, banhar-se e pescar. Um experiência única e inesquecível. 



O relevo acidentado do local permite a formação de inúmeras pequenas e grandes queda que criam um cenário edílico. Este é um dos elementos que alavanca o Turismo Rural no Município.


O Cachoeirão dos Rodrigues (foto acima) é o elemento cênico mais forte e imponente desta parte do vale. É possível visualizá-lo tanto da margem  direita (foto) quanto da margem esquerda. Neste caso e necessário atravessar o rio acima da queda, o que faz do percurso uma experiência eletrizante devido ao fato de não haver pontes e a travessia ter que ser feita a pé, encontrando-se o melhor local no leito do rio.


Um bloco de rocha no meio do rio mostra bem a riqueza e diversidade de organismos do local. Liquens (manchas brancas) e musgos (manchas verdes) habitam este ambiente rústico e instável, devido ao fato de passar submerso durante as chuvas mais fortes. Mas os organismos estão perfeitamente adaptados a esta situação. Buscam no sol, no ar e na umidade tudo que necessitam para viver.



Visitar a Cachoeira do Puma, abaixo do Cachoeirão dos Rodrigues, faz parte do passeio a este local. Uma caminhada numa trilha rústica em meio a mata de araucárias,  muito bem preservada e com inúmeros xaxins de mais de cinco metros de altura, leva a este local. Banhos e caminhadas são a grande pedida, além de outras atividades que encantam pessoalmente cada grupo de visitantes, dependendo do objetivo e da criatividade de cada um.


O Cachoeirão dos Rodrigues visto de baixo é empolgante e só pode ser visto e acessado pela margem esquerda. Mas o esforço da travessia do rio e a caminhada pelo campo, valem com sobra. O banho de água gelada no poço em frente a que d"água é estimulante. Pura adrenalina. Cuidado é necessário para evitar quedas nas pedras lisas próximo a base da cachoeira.


A travessia é aventura pura. Achar o melhor lugar para apoiar os pés, tombos, angústia e medo fazem parte do processo. No final, todos felizes e com a certeza que é possível sim atravessar um rio a pé. Os medos e inseguranças vão embora com a correnteza....


Curtir um amanhecer com neblina no vale do Rio Silveira marca a retina do visitante para sempre. Sugiro a quem for meio gaudério e goste de lugares pouco comuns, que visite o Vale do Rio Silveira e mande um abraço a pessoas especiais que moram e cuidam daquele grande pedaço do paraíso.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Lagoa do Peixe, um paraíso de aves, águas e um céu de 180 graus.





 Uma mistura equilibrada entre água, céu, fauna, vento e areia. Assim vi o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, nos municípios de Mostardas e Tavares, RS. Estradas difíceis de transitar em épocas de chuvas, mas nada que desanimasse a vontade de percorrer as trilhas do Talhamar e da Figueira.


 As águas rasas da Lagoa do Peixe permitem a um grande número de espécies de aves encontrarem seu alimento, sempre abundante e que garante as proteínas e gorduras que as aves necessitam para continuarem suas migrações ou a sobrevivência daquelas que permanecerem no inverno na região.


 O Tachã (foto acima) e uma ave grande, abundante e que se beneficia deste ambiente alagado de campos e banhados aonde encontra seu alimento. Símbolo da Estação Ecológica do Taim, o tachã pode ser visto e ouvido com relativa facilidade nas áreas de campos alagados do parque.


 O Maçarico-de-bico-virado (foto acima) é uma das espécies que se aproveita das margens com águas rasas da Lagoa do Peixe para buscar seu alimento. Para isso utiliza-se de um bico muito especializado, longo e curvo para cima.


 O vento é modelador da paisagemn. A árvore rende-se na sua forma a constância e a força deste elemento natural, que corre pelos campo, encrespa as águas da lagoa e troca as dunas de lugar, tornando a vida dos pescadores e moradores um tanto difícil nestas épocas.


 Um dos grandes espetáculos da Lagoa do Peixe são os Flamingos (foto acima), grandes aves pernaltas que exibem uma coloração vermelha e branca, e reúnem-se em grandes bandos para desenvolverem comportamentos sociais e se alimentarem. Este bando eu localizei na Trilha das Figueiras e estava a uma boa distância da margem. Mesmo assim dá para perceber como a logoa é rasa, pois as aves estão caminhando em busca de alimento há mais de 100 metros da margem.


O Talhamar (as aves maiores da foto acima) é outra ave que caracteriza a Lagoa do Peixe. Dá nome a uma das trilhas do parque e é relativamente frequente, tanto na lagoa como no litoral. Esta espécie tem um bico cuja mandíbula (parte inferior) é maior que a maxila (parte superior). Para alimentar-se ela executa um vôo rasante sobre na superfície da lagoa e introduz a parte de baixo do bico na água e vai assim "pescando" seu alimento.


 A barra da Lagoa do Peixe (foto acima) é o local aonde há uma colônia de pescadores de camarões, um produto  típico do local. Esta barra fica, dependendo da época do ano,  aberta (as águas da lagoa fluem para o mar) ou fechada, represando todo o volume de águas no interior.



Biguás (foto acima) num pontal de grama, alinham-se de frente para o vento para melhor resistirem a força do elemento natural. Estas aves alimentam-se de peixes que capturam em mergulhos nas águas da lagoa e de canais laterais. Também utilizam o mar para a captura de seu alimento.


Como um presente de despedida da Lagoa do Peixe, esta Garça-moura se apresentou na Barra da Lagoa do Peixe no momento em que eu estava indo embora do local. Tranquila, andando atrás de peixes mostra toda a beleza desta grande garça nativa de nossos alagados. No Pantanal esta ave é chamada de Maguari.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aves migratórias

O Rio Grande do Sul tem diversas espécies de aves que são migratórias e passam por aqui os meses mais quentes do ano para aproveitarem a abundância de alimento e as temperaturas favoráveis para a nidificação (comportamento de acasalamento, postura dos ovos e criação dos filhotes). Uma delas é o Príncipe (Pyrocephalus rubinus) que vive em áreas abertas e alimenta-se de insetos. O da foto abaixo estava nas áreas abertas do Ecoparque Sperry, em Canela.


Outra espécie muito conhecida de ave migratória que reside por aqui no verão é a Tesourinha (Muscivora tyrannus). Inconfundível pelo tamanho de sua cauda que, ao voar, abre-se em forma de V. É possível diferenciar o macho, com a cauda bem mais longa, da fêmea que a tem mais curta. alimentam-se de insetos que capturam no ar e defendem o território do ninho contra os gaviões, gralhas e outros predadores. O exemplar da fota abaixo foi registrado em uma fazenda em São Francisco de Paula e, pelo tamanho da cauda, é um macho.